Contato
Regras do Blog
Para se comunicar com a equipe do Blog Amianto Crisotila por favor envie e-mail utilizando nossa ferramenta de contato acima.
Nosso compromisso em levar informação de credibilidade sobre essa fibra natural vai além desse espaço físico.
Nosso compromisso em levar informação de credibilidade sobre essa fibra natural vai além desse espaço físico.
Receba nossa newsletter
O Brasil precisa do amianto
[artigo publicado originalmente na edição desta quarta-feira, 06 de agosto, do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, RJ]
POR RUBENS RELA
Em meio às expectativas de uma economia global em
crise, o Brasil vive uma situação, no mínimo, paradoxal: ao mesmo tempo em que
toma fôlego para se destacar entre os emergentes, assiste ainda impassível à
sanha predatória com que concorrentes multinacionais se lançam sobre empresas
de capital nacional. Exemplo a ser destacado é o do amianto crisotila, cuja
fibra, alvo de uma campanha difamatória que atravessa décadas, continua sendo
essencial para o desenvolvimento da construção civil.
Sem nenhum escrúpulo, deu-se um toque melodramático
aos ataques trazendo à tona problemas que não são nossos relacionados com a
saúde de pessoas. Para entender: nos anos de 1940/50, a maciça e errada
utilização do amianto tipo anfibólio na reconstrução de cidades europeias
arrasadas pela guerra provocou uma série de adoecimentos e mortes de trabalhadores.
Mais tarde, esses países decidiriam banir o produto, embora o utilizem em
outros campos, que vão da purificação de água à indústria farmacêutica.
Em linguagem simples, a comunidade europeia não
precisa mais de amianto em larga escala, nem recobre suas casas com telhas
contendo esses produtos. Enfim, usar ou deixar de usar tornou-se irrelevante.
Mas não para suas empresas que operam no Brasil e em outros tantos que precisam
da fibra do amianto — a fibra certa, o tipo crisotila. Se de um lado são 50 países
que não a usam, de outro estão mais de 150, dentre as quais Estados Unidos,
Rússia, Canadá, Índia e praticamente toda a Ásia.
Entre nós, o amianto crisotila teve a mesma
evolução de outros produtos essenciais às atividades econômicas, tendo sido eliminados
os riscos para a saúde humana. No Brasil, mais precisamente na cidade de Minaçu
(GO), está a terceira maior mina de amianto crisotila em operação no mundo, que
tem sido uma referência na segurança de trabalho. Este fato não se deve a um
milagre, mas a dois fatores que caminham juntos e estão presentes em outros
setores da economia: a tomada de consciência das indústrias e as exigências de
uma sociedade cada vez mais organizada.
Além dos maciços investimentos em novas tecnologias
e em mecanismos para promover a saúde no ambiente do trabalho, está em vigor há
mais de duas décadas, um acordo único na história das relações de trabalho: ele
dá aos trabalhadores total controle da mineração e das fábricas, podendo
paralisar as atividades se o número de fibras do crisotila em suspensão sair do
controle.
O acordo é mais exigente do que a Lei Federal nº
9.055/95 (que regulamenta o uso controlado do amianto crisotila), onde a
concentração no ar permitida é de, no máximo, duas fibras por centímetro
cúbico. O Acordo baixou essa concentração para 0,1 fibra por centímetro cúbico.
E isso é o que vem ocorrendo, com medições a cada seis meses.
Como se vê, travamos uma guerra comercial na qual
vale tudo para desinformar e confundir. Os contornos são de uma guerra suja.
A rede de produção de amianto crisotila, que
compreende mineração, indústria e fornecedores, é responsável por 170 mil
empregos, movimenta R$ 2,6 bilhões e injeta mais de R$ 1 bilhão ao Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro. No comércio, sobretudo, é que se percebe a
importância dos produtos de fibrocimento com amianto para a geração de emprego
e renda: eles representaram mais de R$ 1,1 bilhão das vendas, segundo estudo
realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Por tudo isso, retirar o amianto de cena equivale a
pôr em risco inúmeros empregos e programas de habitação social, inclusive o
“Minha Casa, Minha Vida”. As chamadas fibras alternativas de polipropileno
(PP), sintéticas, derivadas de petróleo, além de não resolverem o déficit de
cobertura de moradias, deixam a construção civil brasileira refém de uma única
empresa multinacional que as produzem. Se a opção for pelas fibras de PVA, de
novo cairemos em mãos estranhas, desta vez de grupos do Japão e da China.
Precisamos ficar atentos, pois tais campanhas não passam de meros ensaios para um espetáculo maior, cuja platéia é de poucos lugares. Para usar uma frase do pensador uruguaio Eduardo Galeano, o desenvolvimento é um banquete com poucos convidados. Os pratos principais estão reservados às mandíbulas do capital internacional.
* Presidente do Conselho Superior do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC), diretor- geral da SAMA S/A Minerações Associadas
Índice
- maio (1)
- março (4)
- agosto (1)
- julho (3)
- junho (3)
- fevereiro (2)
- janeiro (1)
- dezembro (1)
- outubro (6)
- setembro (3)
- agosto (2)
- julho (1)
- junho (3)
- maio (3)
- abril (3)
- março (4)
- fevereiro (6)
- janeiro (6)
- dezembro (5)
- novembro (4)
- outubro (7)
- setembro (10)
- agosto (16)
- julho (2)
- junho (4)
- maio (1)
- abril (2)
- fevereiro (5)
- janeiro (5)
- dezembro (3)
- novembro (3)
- outubro (5)
- setembro (3)
- agosto (5)
- julho (3)
- junho (5)
- maio (3)
- abril (2)
- fevereiro (2)
- janeiro (1)
- dezembro (1)
- novembro (4)
- outubro (7)
- setembro (5)
- agosto (12)
Postagens populares
-
Quando se fala em construção de casas ou empreendimentos comerciais e industriais, um dos aspectos mais relevantes é a durabilidade...
-
O amianto é um mineral com grande abundância na crosta terrestre e utilizado em mais de 130 países como matéria-prima para centenas de...
-
A desinformação ainda é um problema que acaba levando a imprensa a divulgar notícias erradas quando está em pauta produtos com amianto cr...
-
[ artigo originalmente publicado no domingo (24/7) no Jornal de Piracicaba ] Por Adilson Santana* O Brasil é um dos maiores pr...
-
A famosa alegoria de Madame Anastasie sobre censura serve também para aqueles que "tesouram"a realidade para distorcer a verdade...