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País apóia uso do mercúrio e causa estranhamento por não se posicionar sobre o amianto crisotila


O Brasil, ao contrário do restante do mundo, tem apoiado o uso controlado do mercúrio, metal pesado e tóxico, alvo de campanha mundial para sua eliminação em todo e qualquer processo produtivo, incluindo seu uso na mineração.
A dúvida que fica é que, se o Brasil alega que o uso do mercúrio, mineral muito mais tóxico e listado como ainda mais agressivo a saúde e a natureza que o amianto crisotila, também citado na matéria como substância química preocupante à saúde, pode ser controlado, por que o uso seguro e controlado do amianto crisotila ainda é questionado?
De acordo com reportagem publicada no jornal Valor Econômico, o país se posiciona como defensor da continuidade do uso de mercúrio, metal que causa sérios danos à saúde e que pode contaminar com facilidade o meio ambiente por ser de simples dispersão.
Acordo firmado em Genebra no início de fevereiro e texto da Convenção Multilateral sobre Mercúrio estabelece que até 2020 o metal deixe de ser utilizados em lâmpadas, pilhas, baterias e cosméticos, entre outros produtos. As minas de carvão são as maiores emissoras de mercúrio e devem ser incluídas nesse acordo.
O Brasil, na contra mão desta tendência mundial, alega que o uso seguro e controlado desse metal o torna racional e sustentável, postura que causa estranhamento em quem acompanha as discussões acerca do uso do amianto crisotila. Segundo a matéria, para se fiscalizar o uso do mercúrio seria necessário um exército de fiscais, já que este mineral se dispersa no ambiente com facilidade.
Já o amianto crisotila, mesmo tendo seu uso, fabricação, comércio e transporte no país regulamentados pela Lei Federal 9055/95, pelo Decreto 2350/97 e pela Portaria 3214/78 – NR15 – (www.brasil.gov.br), suscita repetidos debates inflamados por pessoas, empresas e entidades favoráveis a sua substituição por fibras alternativas de polipropileno (plástico) cuja toxidade nunca foi medida, sob alegação de que seu uso controlado é impossível.
Teoria essa que contraria pesquisas científicas, como uma coordenada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, no qual foi comprovado que a saúde da população que utiliza telhas de fibrocimento com amianto crisotila e de trabalhadores na mineração não sofrem alterações clínicas, nem respiratórias que podem ser atribuídas à inalação ambiental das fibras de asbesto.


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