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Instituto alerta para perigo de tubos de plásticos


Em razão de matéria publicada no portal Diário do Vale (“CM tem substituição de toda rede de água por tubos plásticos”), gostaríamos de prestar alguns esclarecimentos sobre produtos que utilizam o amianto como matéria-prima e, dessa forma, tranquilizar a população de Cândido Mota.

Os produtos de fibrocimento com amianto (como é o caso das tubulações de água potável) não oferecem risco nenhum à saúde humana, sendo esta afirmação respaldada por diversos estudos nacionais e internacionais. Da mesma forma, jamais foi registrado na literatura médica mundial caso de doença relacionado ao uso desses produtos, inclusive telhas e caixas d’água. 

A cidade de New York, por exemplo, possui tubulações de amianto, bem como San Francisco, Chicago e 
Paris, dentre outras metrópoles importantes, o que certamente não desabona em nada o fato de Cândido Mota integrar essa lista.

Convém lembrar que o amianto utilizado no Brasil é do tipo crisotila, devidamente regulado por Lei Federal (Lei nº 9.055/95) e submetido a rigorosa fiscalização. Cabe ressaltar que não há registro, no mundo inteiro, de pessoa contrair doença por usar produtos de fibrocimento com amianto, como telhas, caixas d’água e tubulações.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, atestou que as fibras de amianto crisotila permanecem ligadas às duas outras matérias-primas do fibrocimento: o cimento e a celulose. As fibras do amianto crisotila representam menos de 10% dos produtos e permanecem encapsuladas no cimento. Mesmo em condições severas de desgaste, não se desprendem e não representam risco à saúde dos usuários.

O amianto, em rápida explicação, é um mineral encontrado facilmente na natureza, está presente nos leitos de rios e riachos e no ar que respiramos. O amianto só irá fazer mal à saúde se uma pessoa respirar uma quantidade imensa de fibras por muitos anos seguidos. Não é o caso das tubulações.

Quanto aos continuados ataques que são feitos ao uso do amianto, trata-se de uma guerra comercial que tem como pano de fundo o interesse da indústria petroquímica internacional de introduzir fibras sintéticas no mercado. As fibras artificiais conhecidas pelas siglas PP e PVA, como se sabe, são derivadas de petróleo e são poluentes. Pior: a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu, publicamente, após anos de pesquisas e discussões, que elas oferecem risco indeterminado à saúde humana.

Mesmo assim, numa típica propaganda enganosa, vendem-se esses produtos como “ecológicos” e “recicláveis”. É o mesmo que dizer que saco plástico faz bem à natureza. Como todos sabem, um saquinho esquecido no chão demora até 450 anos sem se decompor. Já um pedaço de borracha fica por tempo indeterminado.

Por tudo isso, é preciso que haja uma reflexão ponderada e não emocional sobre o assunto, na expectativa de que as autoridades municipais levem em consideração tais argumentos em benefício da população que representa e ao erário, que deve ser aplicado com responsabilidade.

Marina Júlia de Aquino
Presidente
Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC)

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