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Em defesa do uso do amianto


Com a análise pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Santa Catarina do projeto de lei que bane o uso do crisotila no estado, uma corrente de desinformação tem tomado curso, espalhando, como sempre ocorre, uma onda de histeria acerca do tema. Confira abaixo o artigo publicado neste final de semana no jornal Diário Catarinense, de autoria de Rubens Rela, esclarecendo pontos centrais para a compreensão da campanha difamatória que o amianto crisotila enfrenta.


[artigo publicado originalmente na edição de sábado (30/8) do jornal Diário Catarinense]

por Rubens Rela

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina deve votar em breve o projeto de lei que prevê a proibição do uso do amianto no Estado. Antes, porém, é preciso desmistificar a polêmica em torno do assunto.

Mais de 45% das casas do país são cobertas com telhas de amianto crisotila. E mais de 20 mil lojas vendem telhas desse tipo. Não existe nenhum caso de alguém que tenha contraído doença por usar telhas e caixas d’água de amianto. Tampouco existe risco de doenças para quem vende esses produtos.

No Brasil, não há nenhum registro de doença profissional entre trabalhadores admitidos após 1980 relacionada ao crisotila (que não deve ser confundido com o tipo anfibólio, este sim proibido no mundo todo). Entretanto, o crisotila se tornou alvo de uma campanha difamatória, apesar de essencial para a construção civil.

O amianto crisotila teve a mesma evolução de outros produtos relevantes. Os riscos para a saúde humana foram eliminados. Além dos investimentos em novas tecnologias e em mecanismos para promover a saúde no ambiente do trabalho, está em vigor há mais de duas décadas um acordo que garante o uso seguro do amianto. Como se vê, há uma guerra comercial na qual vale tudo para desinformar e confundir a população.

A rede de produção de amianto crisotila, que compreende mineração, indústria e fornecedores, é responsável por 170 mil empregos, movimenta R$ 2,6 bilhões e injeta mais de R$ 1 bilhão no Produto Interno Bruto brasileiro.

Retirar o amianto crisotila de cena equivale a pôr em risco inúmeros empregos e programas de habitação social. As chamadas fibras alternativas de polipropileno, derivadas de petróleo, além de não resolverem o déficit de cobertura de moradias, deixam a construção civil brasileira refém de uma única empresa multinacional.

O Brasil precisa ficar atento, pois tais campanhas contra o amianto não passam de meros ensaios para um espetáculo maior, cuja plateia é de poucos lugares.

* Membro do Conselho Superior do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC)


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