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Segurança no uso do amianto crisotila é um fato. E fatos são teimosos

Presente nos leitos dos rios e em 2/3 da crosta terrestre, o amianto é naturalmente disperso na atmosfera.
Liana Amin Lima / Wikimedia Commons

O IBC enviou uma nota de esclarecimento ao jornal Diário da Manhã por conta da notícia “Amianto sofre um duro golpe em Pernambuco, publicada na coluna Café da Manhã, na edição de 15 de maio do diário de Goiânia. A notícia tratava do fato de uma loja localizada no município de Araripina, no estado de Pernambuco, ter sido autuada pelo Ministério Público do Trabalho por vender telhas de fibrocimento com amianto crisotila em sua composição.


Veja os principais pontos abordados pelo IBC:

É preciso esclarecer que o uso do amianto no Brasil é permitido e regulado por uma rigorosa lei federal (9.055/95). Alguns estados sancionaram leis para banir o uso do amianto na cadeia produtiva, entre eles Pernambuco. Porém,  a constitucionalidade dessas leis estaduais (a exemplo da lei pernambucana nº 12.589, de 26 de maio de 2004) está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal, a nossa mais alta instância de Justiça. É justamente este um dos pontos avaliados pelo STF. Se os legisladores regionais podem, por meio de leis complementares, legislar em relação ao que disciplina a norma geral da União.

Por fim e mais importante, o dado objetivo é que apenas o amianto tipo crisotila tem o uso autorizado no país. O tipo anfibólio, que se usou em toda a Europa em um passado recente e que foi responsável pelos casos de adoecimento e morte em função de seu uso sem controle, foi banido.

O uso controlado e seguro do crisotila ocorre no país dentro de algumas das normas mais rigorosas do mundo, tornando o Brasil referência na área. Os casos de contaminação por amianto no Brasil foram totalmente erradicados.

Vale lembrar que o amianto crisotila é uma fibra mineral natural presente em 2/3 da crosta terrestre e é dispersa no ar independente da ação do homem. A ação da natureza promove mais liberação de fibras de amianto na atmosfera do que a ação humana. Todos nós respiramos naturalmente fibras de amianto. Para adoecer, a pessoa teria que aspirar um volume enorme de fibras por um longo período de tempo. O que não ocorre mais na mineração e na indústria porque hoje a segurança é total.

O amianto crisotila está presente em 80% das casas brasileiras, na forma de caixas d'água, e em 50% das residências, como telhado.  O Brasil é referência no uso seguro do crisotila na mineração e na indústria. Desde que o amianto anfibólio foi banido no Brasil (como ocorreu em quase todo o mundo) e o uso do crisotila no país foi regulado, inexistem dados que indiquem a ocorrência de adoecimento de trabalhadores que operam no setor.

Desta forma, é preciso dizer de forma muito clara, a alegação feita pela procuradora do Trabalho Vanessa Patriota, de que não há limite seguro para o uso do amianto crisotila, é inverídica. Não há qualquer fragmento de dado que indique isso. Pelo contrário, conforme afirmamos, desde 1980, não existe um único registro de adoecimento causado por contaminação de trabalhadores com o amianto crisotila. Todos os casos são anteriores a esta data. Novamente, este é um dado verificável e não há nada que o contradiga.

Quanto ao produto repassado ao comerciante e vendido ao consumidor, deve se destacar que a discussão sobre o uso seguro do amianto de tipo crisotila é toda restrita à sua presença na indústria e à saúde ocupacional. Ou seja, o debate gira apenas em torno do risco à saúde do trabalhador na mineração e na indústria. No caso de sua comercialização e uso doméstico, não há qualquer registro de contaminação ou adoecimento. Não somente as telhas de fibrocimento com amianto são de maior qualidade e resistência, como as telhas com fibras sintéticas - alternativa defendida pelo Ministério Público do Trabalho para substituir o crisotila - além de serem mais caras, de pior qualidade e poluentes, ainda não tiveram o risco potencial à saúde humana devidamente avaliado.


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