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A tentativa de ganhar mercado pelo medo
Marina Júlia de Aquino publicou artigo na página tendências e debates do jornal Folha de S. Paulo dia 18 de agosto e demonstra o que está em jogo na audiência pública que acontece agora no Supremo Tribunal Federal (STF) e debate a constitucionalidade da proibição do uso de amianto no Estado de São Paulo. Abaixo você confere o artigo na íntegra:
"O poeta e prêmio Nobel mexicano Octávio Paz enxergava no medo o veneno que os poderosos costumam injetar na sociedade quando querem dominá-la com menor dispêndio.
Na guerra que se transformou a disputa pelo mercado de telhas no Brasil, a poderosa indústria multinacional de fibras artificiais passou a disseminar a ideia de que a população corre risco de contrair câncer se adquirir qualquer produto contendo fibra de amianto, mesmo se tratando de telha ou caixa d'água. Quanto mais medo, melhor --eis aí algo realmente contagioso e barato.
Quando a indústria do fibrocimento com amianto tentou reagir, promovendo na mídia uma campanha educativa para mostrar que a realidade é bem diferente e que esse perigo ficou no passado, rapidamente buscou-se nos órgãos reguladores uma forma de tirar a mensagem do ar. E conseguiram. Esclarecer para quê? Jamais! Afinal, sendo o medo uma arma por si só demais poderosa, o que dizer quando ele vem associado à desinformação?
Dizer que mais de 50 países já baniram o amianto (em especial na Europa) porque é um produto perigoso e que, portanto, deve o Brasil entrar nessa onda é uma meia verdade e uma péssima aula de geografia.
Há 120 países onde o amianto é manipulado, que nem sequer são citados. Canadá, Rússia e também os EUA, por exemplo. Nem mesmo os europeus deixaram de adquirir o mineral e importam, inclusive do Brasil, para fabricação de cloro-soda.
O que muitos países adotaram (inclusive o Brasil) foi o não uso do amianto anfibólio, uma variedade altamente prejudicial à saúde humana. A Europa exportava e usava o anfibólio à larga na construção, principalmente para conforto térmico na forma de jateamento, expondo milhares de trabalhadores às fibras nocivas, até se dar conta do problema.
A produção brasileira é exclusivamente de amianto tipo crisotila, dentro de controles que, como já foi dito, superam até mesmo as exigências da lei, provando que existe, sim, limite seguro para quem nela trabalha. Enquanto a lei permite o uso do crisotila com no máximo duas fibras em suspensão por centímetro cúbico de ar, na mineração e em toda a cadeia produtiva se trabalha com um limite de 0,1, o mesmo que nos EUA.
Sobre fibras sintéticas substitutivas ao amianto crisotila, pouco ou quase nada se sabe, o que é preocupante. Mas sabe-se, de saída, que sendo derivadas de petróleo, as fibras sintéticas são poluentes e apresentam toxicidade se inaladas.
O crisotila, convém lembrar, é uma fibra natural. Outra dúvida está no risco que a fibra sintética, justamente por ser uma fibra como outra qualquer, oferece ao trabalhador. Dúvida esta que levou a própria OMS a concluir pela existência de "risco indeterminado" à saúde humana, a merecer mais atenção das autoridades. E, por fim, dúvida esta que nos leva a perguntar se devemos, agora, trocar o que é certo, regulamentado, fiscalizado, auditado e controlado pelo que é duvidoso.
As mais recentes pesquisas científicas não apenas confirmam esse quadro, como dão tranquilidade aos trabalhadores do setor (do minerador até o montador de telhado) e a quem adquire o produto.
Mais de 25 milhões de residências no Brasil --50% das moradias-- estão cobertas com telhas de fibrocimento com amianto. O setor do amianto movimenta R$ 3,1 bilhões ao ano.
Esses dados esclarecem o apetite da concorrência internacional por essa fatia do mercado brasileiro em franca ascensão. O que não se justifica são os métodos para obtê-la, próprios de uma guerra suja.
Agora, com o assunto judicializado no STF, finalmente tem-se a oportunidade, numa audiência pública que se dará nos dias 24 e 31 de agosto de 2012, para separar verdades de mitos, ciência de especulação."
(Foto: Marina Julia de Aquino, 67, presidente-executiva do Instituto Brasileiro do Crisotila)
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