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IBC e SAMA criticam interferência indevida do MP-PR no mercado de telhas
Em nota conjunta, o Instituto Brasileiro do
Crisotila (IBC) e a SAMA Minerações criticaram nesta terça-feira (10/06) a
orientação passada pelo Ministério Público do Paraná à Defesa Civil e à população
no sentido de não utilizarem telhas de amianto na recuperação de telhados
danificados pelos temporais que têm castigado o Estado.
Além de extrapolar sua
competência, o MP está interferindo em assunto que diz respeito ao mercado,
afirmam a presidente do IBC e o Diretor-Geral da SAMA, Marina Júlia de Aquino e
Rubens Rela, respectivamente, em ofício enviado ao procurador-geral de Justiça
do Paraná, Gilberto Giacoia.
No mesmo ofício, eles lembram ao procurador que
não existe, em todo o mundo, relato de pessoas que adoeceram por usarem telhas
de fibrocimento contendo amianto, tendo sido esse fato também comprovado por
inúmeras pesquisas científicas ao longo de quase um século de uso dessas telhas
no Brasil. Citam, ainda, o fato de o comércio de telhas estar devidamente
regulado por lei federal e submetido à fiscalização competente. “Indicar que
produto o consumidor deve ou não utilizar, seguramente, não é papel dos dignos
promotores ou procuradores de Justiça, mas uma opção do consumidor”, concluem.
Não é a primeira vez que procuradores tentam
intervir no comércio de telhas em situações de calamidades. No ano passado, em
meio às fortes chuvas que caíam sobre Santa Catarina, o Ministério Público do
Trabalho procurou meios de impedir, inclusive, doações de telhas aos
desabrigados. Só recuou depois que a população foi às ruas protestar e exigir a
entrega do material.
Segue, na íntegra, o ofício encaminhado ao
Ministério Público paranaense.
Ao
Excelentíssimo Senhor
Procurador-Geral de Justiça do Estado do Paraná
Dr.
Gilberto Giacoia
Senhor Procurador-Geral,
O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de
Justiça de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Estado do Paraná
divulgou nota orientando os promotores de Justiça de áreas atingidas pelas
chuvas no Estado a aconselhar os moradores e a Defesa Civil a não utilizarem
telhas de amianto na recuperação dos telhados danificados.
Tal recomendação, além de extrapolar a
competência do órgão, é desprovida de fundamentação quanto à segurança do uso
do material citado. Pesquisas chanceladas pelos mais respeitados centros de
estudos, dentro e fora do país, concluíram, à exaustão, a inexistência de risco
das telhas de fibrocimento com amianto aos usuários.
Não há, na literatura
médica mundial, um único caso de moléstia relacionada ao amianto em residências
com esse tipo de cobertura em quase um século de observação.
Convém lembrar, ainda, que a matéria prima em
questão é regulada por legislação federal (Lei nº 9.055/95), que compreende a
extração, a industrialização e transporte, sendo, pois, uma atividade lícita.
Mais adequado, portanto, seria o MP, como fiscal
da lei, dar exemplo à sociedade, em vez de importar para dentro da instituição
uma disputa comercial que tem como leito natural o mercado.
Indicar que produto o consumidor deve ou não
utilizar, seguramente, não é papel dos dignos promotores ou procuradores de
Justiça, mas uma opção do consumidor, dentro das regras da livre concorrência e
sob a proteção do Estado democrático de Direito.
Respeitosamente,
Marina
Júlia de Aquino
Presidente do Instituto Brasileiro do Crisotila
(IBC)
Rubens
Rela
Diretor-Geral SAMA S.A Minerações Associadas
Instituto alerta para perigo de tubos de plásticos
Em razão de matéria publicada no portal Diário do Vale (“CM tem substituição de toda rede de água por tubos plásticos”), gostaríamos de prestar alguns esclarecimentos sobre produtos que utilizam o amianto como matéria-prima e, dessa forma, tranquilizar a população de Cândido Mota.
Os produtos de fibrocimento com amianto (como é o caso das tubulações de água potável) não oferecem risco nenhum à saúde humana, sendo esta afirmação respaldada por diversos estudos nacionais e internacionais. Da mesma forma, jamais foi registrado na literatura médica mundial caso de doença relacionado ao uso desses produtos, inclusive telhas e caixas d’água.
A cidade de New York, por exemplo, possui tubulações de amianto, bem como San Francisco, Chicago e
Paris, dentre outras metrópoles importantes, o que certamente não desabona em nada o fato de Cândido Mota integrar essa lista.
Convém lembrar que o amianto utilizado no Brasil é do tipo crisotila, devidamente regulado por Lei Federal (Lei nº 9.055/95) e submetido a rigorosa fiscalização. Cabe ressaltar que não há registro, no mundo inteiro, de pessoa contrair doença por usar produtos de fibrocimento com amianto, como telhas, caixas d’água e tubulações.
Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, atestou que as fibras de amianto crisotila permanecem ligadas às duas outras matérias-primas do fibrocimento: o cimento e a celulose. As fibras do amianto crisotila representam menos de 10% dos produtos e permanecem encapsuladas no cimento. Mesmo em condições severas de desgaste, não se desprendem e não representam risco à saúde dos usuários.
O amianto, em rápida explicação, é um mineral encontrado facilmente na natureza, está presente nos leitos de rios e riachos e no ar que respiramos. O amianto só irá fazer mal à saúde se uma pessoa respirar uma quantidade imensa de fibras por muitos anos seguidos. Não é o caso das tubulações.
Quanto aos continuados ataques que são feitos ao uso do amianto, trata-se de uma guerra comercial que tem como pano de fundo o interesse da indústria petroquímica internacional de introduzir fibras sintéticas no mercado. As fibras artificiais conhecidas pelas siglas PP e PVA, como se sabe, são derivadas de petróleo e são poluentes. Pior: a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu, publicamente, após anos de pesquisas e discussões, que elas oferecem risco indeterminado à saúde humana.
Mesmo assim, numa típica propaganda enganosa, vendem-se esses produtos como “ecológicos” e “recicláveis”. É o mesmo que dizer que saco plástico faz bem à natureza. Como todos sabem, um saquinho esquecido no chão demora até 450 anos sem se decompor. Já um pedaço de borracha fica por tempo indeterminado.
Por tudo isso, é preciso que haja uma reflexão ponderada e não emocional sobre o assunto, na expectativa de que as autoridades municipais levem em consideração tais argumentos em benefício da população que representa e ao erário, que deve ser aplicado com responsabilidade.
Marina Júlia de Aquino
Presidente
Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC)
IBC obtém renovação do título de entidade de interesse público
O Instituto Brasileiro do Crisotila obteve, mais uma vez, a renovação de sua qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). A certificação foi renovada pelo Ministério da Justiça, depois de criteriosa análise do demonstrativo de ações, projetos e resultados referente ao exercício de 2013 e da aprovação das prestações de contas do mesmo ano.
A certidão foi emitida na última segunda-feira, 2 de junho, e é válida
até 30 de setembro de 2015. O IBC obteve o título de Oscip em 2003, cerca de um
ano depois de ter sido criado. Desde então, mantém a certificação.
Em 2014, o Instituto comemora 12 anos consecutivos de requalificação,
fato que se destaca face ao rigor com que o Ministério da Justiça fiscaliza as
Oscip. A presidente executiva do IBC, Marina Júlia de Aquino, comemorou o fato
e ressaltou que a entidade seguirá perseguindo o objetivo de demonstrar que o
uso seguro do amianto crisotila, somado à garantia de saúde do trabalhador e à
segurança no ambiente de trabalho, é uma realidade.
O IBC
O Instituto Brasileiro do Crisotila surgiu da necessidade de se
estabelecer um diálogo transparente entre os agentes envolvidos na produção do
amianto crisotila, a comunidade científica, governo, imprensa e sociedade sobre
o uso seguro do mineral e seu relacionamento com o meio ambiente. A instituição
não possui fins lucrativos.
Sua composição é tripartite: reúne representantes dos trabalhadores, dos
empresários e do governo, o que reflete seu caráter pluralista, de incentivo a
uma discussão do mais alto nível sobre o uso seguro, responsável e sustentável
do amianto crisotila, sem dúvida uma das maiores riquezas minerais do País.
A guerra suja contra o amianto
[Artigo publicado originalmente na edição de sábado, 31/05/2014, dos jornais O Estado (São Luís, Maranhão) e Diário da Manhã (Goiânia, Goiás]
Marina
Júlia de Aquino
Presidente do Instituto
Brasileiro do Crisotila (IBC)
Desde que a disputa
pelo mercado de telhas no Brasil se transformou em uma guerra comercial, a
poderosa indústria multinacional de fibras artificiais passou a disseminar a
ideia de que a população corre risco de contrair doenças se adquirir qualquer
produto contendo fibra de amianto, tanto faz se telha ou caixa d’água. Quanto
mais medo, tanto melhor, isto sim se tornou realmente contagioso. E perigoso.
O assunto interessa a
todos, e merece esclarecimentos, diante do seguinte quadro: mais de 25 milhões
de residências no Brasil estão cobertas com telhas de fibrocimento com amianto.
Isto basta para explicar o apetite da concorrência internacional por essa fatia
do mercado. Mas não justifica os métodos para obtê-la.
Preocupado com o
assunto, o Supremo Tribunal Federal (STF) reuniu há pouco mais de um ano cientistas
e especialistas do mundo inteiro para uma audiência pública. Nela, foram apresentados,
com toda liberdade, argumentos prós e contra o produto. No final, restou claro que o Brasil está no
rumo certo ao permitir, na forma da lei, o uso do amianto crisotila na
indústria, e que não se pode trocar o certo pelo duvidoso, como bem fundamentou
o ministro Marco Aurélio ao proferir seu voto.
Não há registro, no
mundo inteiro, de pessoa contrair doença por usar produtos com amianto,
inclusive caixas d’água. E a despeito do que erradamente se apregoa, o amianto
crisotila é um produto natural, presente em dois terços da crosta terrestre,
nos leitos dos rios, riachos, lençóis freáticos e até no ar que respiramos.
Como se não bastasse, o
nosso país possui a mais rigorosa legislação de que se tem notícia sobre uso,
controle e transporte de amianto crisotila. Os problemas que existiam
correspondem ao passado, quando muitos países adotaram uso do amianto tipo
anfibólio, uma variedade mais resistente e prejudicial à saúde humana. A Europa,
por exemplo, não só usou, como também exportou esse tipo, expondo milhares de
trabalhadores às fibras nocivas até se dar conta do problema.
A produção brasileira atual
é exclusivamente de amianto tipo crisotila, dentro de controles que superam até
mesmo as exigências da Lei, provando que existe, sim, limite seguro, graças ao
desenvolvimento de técnicas que tornaram-se referência mundial, não por menos
integrando o Pacto Global, da ONU, de comprometimento com o bem-estar do
planeta.
Já com relação às
fibras artificiais conhecidas pelas siglas PP e PVA, sabe-se, de saída, que sendo
derivadas de petróleo, são poluentes, levando a Organização Mundial de Saúde
(OMS) afirmar, publicamente, que elas oferecem risco indeterminado, ou seja,
chegam a ser piores, à saúde humana.
Mesmo assim, numa
típica propaganda enganosa, vendem-se esses produtos como “ecológicos” e
“recicláveis”. É o mesmo que dizer que saco plástico faz bem à natureza. Como
todos sabem, um saquinho esquecido no chão demora até 450 anos sem se decompor.
Já um pedaço de borracha fica por tempo indeterminado. Tenha paciência, a
natureza não faz mágica.
Outra falácia é a de que
o amianto já foi proibido em “mais de 50 países”, sem informar que a proibição
se deu onde o amianto do tipo anfibólio foi usado sem qualquer controle, e que outros
150 adotam o tipo crisotila sem maiores problemas, inclusive as nações mais
desenvolvidas do mundo, como os Estados Unidos, o Canadá e a Alemanha.
Sobre os impactos de
uma proibição, é preciso levar em conta, em primeiro lugar, as populações de
baixa renda, que serão obrigadas a adquirir um produto caro e de baixa
qualidade. Segundo, a indústria, que será submetida a uma dependência sem
precedentes de resinas plásticas derivadas de petróleo manipuladas por empresas
estrangeiras, como demonstrou estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Terceiro, de ordem socioeconômica, vai afetar uma rede que emprega mais de 170
mil pessoas.
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