Uma questão de nomenclatura: ‘casitila’ ou amianto?
Nos últimos anos, algumas pesquisas passaram a reconhecer que a polêmica pública em relação ao amianto, bem como as distorções sobre seu potencial risco à saúde têm origem em “uma confusão científica fundamental”. Em especial, o estudo assinado pelos pesquisadores John Bridle e Sophie Stone demonstra como os custos da histeria envolvendo o amianto na Europa, não só são monumentais, como poderiam ser impedidos se houvesse preocupação das autoridades e da opinião pública em proceder com um debate objetivo e transparente sobre o assunto.
O fato é que o amianto
não é um mineral em si, mas uma nomenclatura comercial para designar um grupo
de minerais que tem forma fibrosa. O
crisotila, conhecido como amianto branco,
é a única fibra mineral presente no grupo das rochas serpentinas. Um sem número
de estudos indica que a biopersistência do crisotila – isto é, o tempo de
permanência da fibra no corpo – é de 15 dias ou menos.
O dado
essencial é que quando integrado à fórmula para produção de fibrocimento, o
crisotila passa por alterações químicas fundamentais. Os níveis de cálcio e
silício são aumentados, ocorrendo uma tendência maior de agregação que faz com que a fibra se altere de modo definitivo.
De todos os materiais
contendo amianto no mundo, 85% corresponde ao fibrocimento. Como a
fibra é transformada em um material estável ao longo do processo de
manufatura, não há qualquer risco significativo à saúde.
Os autores
observam, dessa forma, que o simples reconhecimento de que as fibras de amianto que compõem o fibrocimento
passam a ser seguras, em virtude do próprio processo químico resultante, repercutiria numa economia de bilhões de libras, no
Reino Unido, por exemplo, onde persiste uma irracional e desnecessária cruzada
para gerenciar edifícios construídos com material que leva amianto na fórmula.
Uma indústria de remoção de amianto de estruturas e construções e do descarte dos resíduos
sobrevive da ignorância da população em geral sobre o tema.
Bridle e Sophie Stone chegam
a sugerir a mudança da nomenclatura para o amianto incorporado ao fibrocimento,
já que a fibra deixa de existir com suas características orginais. O termo
novo sugerido pelos pesquisadores é “casitila”, levando em conta a absorção
química do Cálcio (Ca) e do Silício (Si).
“Até o momento,
esta confusão a respeito da palavra ‘amianto’ tem sido o maior catalisador de
uma onda de pânico”, observaram os pesquisadores.
Publicado em 21 julho | 2015
Publicado em 21 julho | 2015
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